sexta-feira, março 31

um momento dentro de mim

"Liberta o grito que trazes dentro
E a coragem e o amor
Mesmo que seja só um momento
Mesmo que traga alguma dor
Só isso faz brilhar o lume
Que hás-de levar até ao fim
E esse lume já ninguém pode
Nunca apagar dentro de ti
Não percas tempo
O tempo corre
Só quando dói é devagar
E dá-te ao vento
Como um veleiro
Solto no mais alto mar"

Mafalda Veiga
"O LUME"
álbum: "A Cor da Fogueira"
picture: Nadine Le Prince "Silence"

terça-feira, março 28

Lavados



Last weekend I went to Fatima with my scout's group. By our option we decided to think about our lifes walking up a near mountain and reflecting on John's words through the Passion narrative. It was, phisically, exausting but, with all the living nature that surronds us, we were revitalized and got reborn every second. I was thinking, while I walking, on the bible's 'feet washing' passage and how we are closed in our proud shells... being like Jesus, having His courage and thinking as a cleaner is just a hope. We never think that, at first, we have to get up to the most down level to be cleaned by Him... being crystal clarified by this water through where the light can come in... and go out... At night, in the 'In America' movie, we saw ourselves seeking this water, this tears of joy, this fresh weariness, this reachness of nothing, this silence of joy. It's in the meeting between the Cleaner and the cleaned, sharing this love story of being Creation, that we can live.

No fim de semana passado fui com o meu clã à Peregrinação Nacional do CNE a Fátima.
Como não nos inscrevemos a tempo, resolvi fazer com eles um programa alternativo apoiado nalguma reflexão interior, um pouco ao encontro do espírito introspectivo que caracteriza esta altura (a Quaresma).
Uma das actividades consistiu em subir a Serra de Aire a pé com alguns pontos de paragem, nos quais, cada um teve oportunidade de exteriorizar e partilhar, das palavras de João que contam toda a Paixão de Jesus, aquelas que mais significado encontravam nas nossas vidas.
Foi uma caminhada cansativa fisicamente, mas - junto de todo aquele cenário verdejante, de pedras frias, brancas e cinzentas, que se abraçavam umas às outras por entre o vento que lhes roubava, no silêncio da sua inexistência, a história de amor daquela natureza criada beijando-nos na face com toda a sua beleza, sabedoria de mãe viva, sussurrante, oculta entre as sombras e danças dos ramos meio verdes, meio secos -, a cada segundo, pareciamos revitalizados, renascidos, recriados pela frescura húmida que nos molhava a face.
Demo-nos conta de como se pode aprender tanto no meio do nada, de como aquela subida solitária podia ser vivida talvez a exemplo do que aconteceu com Jesus... também Ele talvez a tenha feito no meio do nada na solidão da companhia da sua cruz... como pode ser este caminho em direcção ao alto tão redentor...
Levava no pensamento o 'lava pés'(Jo 13, 5) ... o 'lava pés' e de como nós, embebidos no nosso orgulho, apenas ansiamos ter a coragem de Jesus: a de descer àquela humildade de lavador... e não percebemos a riqueza de sermos capazes de subir bem mais abaixo e deixarmo-nos lavar por Ele... passarmos a lavados... tornarmo-nos permeáveis, transparentes, vasos cheios desta água regeneradora em a que a luz possa entrar e possa sair.
À noite, no filme "In America" (Jim Sheridan - 2002), viamo-nos retratados nesta inquietude de descer ao encontro desta água, desta fonte, onde sabemos poder encontrar as lágrimas da alegria, a frescura do cansaço, a riqueza do nada, a alegria do silêncio...
Neste encontro deste lavador com este lavado descobre-se a passagem que podemos fazer através da pura história de amor de Alguém que em nós VIV.



quarta-feira, março 22

Concertos...

Does anyone know where is their next concert?... in Portugal?...
Just here?
Remembers me the Choir of The Warsaw School of Economic "imitating" Smells like a teen Spirit.



Alguém sabe onde é o próximo concerto?

Vêm a Portugal?

Ou só se pode ver e ouvir aqui?

Bem a lembrar o
Choir of The Warsaw School of Economic a "imitar" Smells Like Teen Spirit no VII Encontro de Coros Universitários organizado pelo CAUM.

Hello! Hello!...

sexta-feira, março 17

Connosco para sempre!

Leading with someone's death it is not easy for anyone.
Sometimes people, by the context of the death itself, don't react very well and let themselves go down with the negative flow. But, because we are permanently in relation with everyone, there is so much (may be all) in our lifes of that life, that goes by. Their presence is still in our spirit living way and it will be as long as we let it come to share in our nowadays living way. There lifes will be forever alive and their death will die shortly. I will never be away from jumping, playing, laughing, dreaming, loving and living,.. because, inside of me, they jump, play, laugh, dream, love and live!

Não é fácil para nós, lidar com a morte de alguém. É algo que não podemos deixar de reconhecer e que, por vezes, interfere com a nossa vida, normalmente, pela negativa.
No entanto, existem inúmeras situações em que a morte de alguém é explorada em demasia pelas circunstâncias que a provocaram e, ou, por todo o contexto relacional que se gera à sua volta. Tal poderia ser evitado, pelo menos por respeito àquela vida que se "perdeu"...
Esta atitude, não só não traz nenhum benefício para quem vive de perto com a situação (e não quero entrar naquela de "isso não o vai trazer de volta") como também não dignifica todo o tempo em que pudemos partilhar da presença da sua vida.
Não creio ser necessário recorrer à vivência espiritual da fé para dar algum sentido a esta morte - se bem que ajuda e, acredito ser a única, que lhe dá sentido - mas parte da atitude de manter VIVa dentro de nós a sua presença.
Os momentos na vida de alguém e, por vezes, só os últimos, nunca deixarão de ser marcantes para quem com eles toma parte. Mesmo daquele que passa por nós na rua, que nunca vimos, mas que dois ou três segundos depois é apanhado por um carro e tem de ser internado de urgência ou até sem sobreviver... marca a nossa vida e torna-nos diferentes. Também o contacto com pessoas com quem lidamos dia a dia, relações de amizade, etc. vão moldando a nossa vida; umas vezes discretamente, mas outras de um modo tão intenso que deixarão a sua marca para sempre.
Elas estarão connosco para sempre. Mantendo-nos fieis a essa relação que existiu, a essa vida partilhada, estaremos a perpetuar a sua presença dentro de nós e junto dos outros; rindo como eles nos ensinaram a rir, olhando como eles nos procuravam no olhar, falando o que gostávamos de os ouvir falar...
Assim as suas vidas permanecerão vivas no nosso ser, quotidiano, e as sua mortes terão morrido pouco tempo depois de nos deixarem fisicamente.
Não deixarei de saltar, de brincar, de rir, de sonhar, de amar, de viver... pois eles, em mim, saltam, brincam, riem, sonham, amam e VIVem!

quinta-feira, março 9

Chove...

it rains...
the sun smiles again..
So many people claims about the dry weather of the last year...
it rains again...
People seems to be so far from this world... May be is lacking of look to the sky and discover the generosity and patience of this rainny Sun, wetting, day by day, anyone who looks to Him and, within His look, live...

Está a chover novamente...


...


O Sol despontou mais uma vez...


...


Nesta dança de núvens que se abrem e se fecham, permanece ainda o temor da seca vivida anteriormente.
As vozes críticas levantam-se contra todos antevendo mais um ano quente e árido... fala-se do aquecimento global, dos apoios do governo, dos fundos de crise,...

E chove novamente...

Estamos em Março e a temperatura ainda mal subiu aos 20º... e continua a chover...


Parece que as pessoas andam arredadas do mundo em que VIVem...
Talvez seja tempo de olhar um pouco mais para o Céu e descobrir a generosidade e paciência deste Sol que vai molhando abundantemente, dia a dia, todo aquele que com o olhar nEle VIV.

quarta-feira, março 8

pintar este... e os outros dias

























photo: Howard W. French - the painter

I would like to think this day as a new and equal day of the year.
8th February. I still doesn't know what's the special about him. May be the others wouldn't have dignity enough to dignify this genrer equality. We want to paint the world with such beatiful colors (equality, respect,...) but we forget everyday the quality of the background... his whitness, his texture. What's important is not forgeting to celebrate this day tomorrow, and after, and after... and I hope that I won't be alone... and I hope to have someone, everyday, to remind me too, that she lives.


Gostava de pensar e viver este dia, com a importância de ser o dia de hoje, do presente, que me bate à porta pela manhã e que eu encontro tão semelhante mas tão novo como os outros.

De todas as partes entranham-se mensagens de alerta, de apoio, de atenção para este dia.
O dia 8.
Continuo sem perceber porque terá ele de ser assim diferente dos outros, porque chamarão hoje a atenção, porque reclamarão hoje e apenas hoje tanto apoio?
Talvez porque também gostaríamos que todos os dias fossem Natal... mas o espírito perde-se... perde-se...
Não faremos pior, enfatizando tanto este dia, como se, todos os outros, não fossem suficientemente dignos e novos para dignificar e tornar nova a mensagem da igualdade?
Queremos pintar o mundo com cores tão valiosas como a liberdade, a igualdade, a dignidade,... mas acho que esquecemos a tela que escolhemos, a brancura da sua cor, a textura do seu toque,...
Não interessa pensar na mulher humana hoje.
Mais importante é lembrarmo-nos de pensar nela amanhã, e depois, e depois, e depois,...
Ir ao encontro de todas as mensagens de alerta, de apoio, de atenção no dia 9, no dia 10, no 11, no 12,...
Quero acreditar que não VIVo estes dias sozinho. Sozinho é mais difícil de lembrar que ela, nos outros dias, também VIV.

quinta-feira, março 2

Corrente Ética

Some days ago, I read on news about an adjournment of an execution by lethal injection at L.A. The man was condemned for more than a crime which included violation of a 17 years old girl. The execution was delayed because, the medicals, that were responsible by administrating the lethal injection, refused to proceed invoking (non) ethical reasons... With this attitude, they didn't avoid the execution, but, for sure, many of the 'perfect' 'values' of the north America democracy trembled a little bit... We don't have the right to take anybody's life for any existing reason... Thank God, things start changing, for good...

Há algumas dezenas de dias atrás, num blog, alguém desabafava o seu inconformismo de nunca se lembrar das coisas que gostava de "postar", quando realmente se encontrava diante do computador. Acho que isso se passa um pouco com todos e de certa forma também comigo aconteceu (embora alguma predisposição para abordar e reflectir o assunto também tenha faltado).
Não foi há uma semana que li uma notícia que falava do adiamento de uma execução por injecção letal, em L.A., de um indíviduo acusado de violação e assassinato de uma rapariga de 17 anos. O adiamento deveu-se à recusa, por parte dos médicos que presidiam à execução da parte técnica da sentença, de levar por diante essa acção alegando razões éticas para o fazerem.
Apesar de estar consciente que não se tratou de nenhuma revolução moral (até porque as razões éticas estavam muito mais ligadas à natureza do processo em si e menos ao princípio da preservação da vida) e de que o criatura acabará por morrer às mãos de outros assistentes com uma consciência ética e moral bem mais leve, o que é certo é que se começam a agitar as águas da tão livre e democrática América; como em outras matérias, começa-se a ver que as estrelas sobre o fundo azul marinho não são afinal tão cristalinas como pareciam e turvam-se nesta malha de valores que pareciam inabaláveis.
É bom sinal. Digo eu...
Talvez esta corrente ténue comece a ganhar força e a limpar aos poucos a lama que repousa no fundo daquela sociedade, atolhada de desvalores, e outros tenham esta coragem de não se deixar ficar também atolhados ou de viver numa corrente superficial aparentemente cristalina.
Às vezes é mesmo preciso descer bem ao fundo do oceano...

quarta-feira, março 1

TOP DONE

Crónicas de um cowboy solitário na segunda metade da década de 80

This Carnaval party doesn't mean many things to me. May be it's a question of personality. There are people who take it very seriously... sometimes a problem of identity, others not so. To me, wearing a "mask" (mask or characterization) it is a way to develop our criativity and the capability of joking with ourselves having an ealthy sense of funny self criticise. This year I made up a typical 80's cowboy spirit like Tom Cruise in Top Gun... didn't forget a loud romantic music... remembering my childhood times :)
Só para quem não me conhece é que será novidade saber que eu e o Carnaval nunca nos demos lá muito bem...
Não tem a ver com ideias pré concebidas, falta ou excesso de vivência na infância, ou degeneração. Simplesmente não curto andar disfarçado do que não sou ou, intercepcionalmente, encarnar um outro eu que não existe.
Talvez esteja relacionado com o facto de ter criado uma personalidade muito forte e pessoal, suficientemente mutável para que, ao longo do ano, crie naturalmente as minhas próprias defesas e identidades, isto é, fazer sobressair esta ou aquela característica de uma identidade que funciona como um todo mas é incapaz de conviver em uníssono na sua manifestação. Temos naturalmente, essa necessidade,.. umas vezes mais calados, introspectivos, atentos, observadores,.. outras mais expontâneos, empíricos, esplhafatosos,...
Não, não preciso de uma altura para me esconder atrás de uma "máscara" ou para fazer sobressair esta ou aquela faceta encoberta durante o resto do ano; seja ela, consciente ou inconsciente.
Também não me vejo crítico de tal tradição apesar de ser óbvio que se pode encontrar entre muitos, esta troca de identidade comportamental, às vezes, mesmo muito inocente, outras mesmo muito assumida e afirmada. Acho natural e até, nalguns casos, porventura numa tónica mais apetecível do que me diz respeito, uma forma criativa de nos surpreendermos a nós próprios, aos outros e à capacidade de nos rirmos de nós próprios.
Enfim, muito contra a minha vontade, mas lá arranjei uma combinação de trapos que fosse suficientemente ridícula para me fazer orgulhoso da minha criatividade.
Peguei nas minhas memórias dos finais dos anos 80 em que me divertia com LEGOS durante tardes inteiras a ouvir os sucessos românticos com que Madonna, Paula Abdul, Starship... invadiam as rádios nacionais ou nas manhãs de sábado a ver filmes alugados como TOP GUN, Academia de Policia, etc.. e revivi durante algumas horas, o espírito de cowboy solitário que me guiou durante horas e kms sobre as rodas da minha BMX.