quinta-feira, dezembro 28

Projectos de Vida

Nesta quadra, lembrei-me muito daqueles pessoas, que ao longo da vida passaram pela minha de uma forma mais ou menos intensa. Não só daquelas que presentemente me acompanham, das que descobri recentemente, mas de tantas outras, talvez, até, mais intensamente, das que me ficaram guardadas na memória de momentos passados, cartas escritas e que hoje, guardo, os nomes, às vezes, as faces, as palavras escritas..... E não deixa de me trazer uma certa tristeza perceber que, algumas, sobretudo as que estão longe, perdi talvez as tenha perdido para sempre... elas com as suas vidas e eu com a minha. Talvez alguém possa dizer que haja alguma naturalidade nisso, que as as amizades, as relações, vão e vêm como o vento. Mas eu não me consigo conformar com isso e de me sentir responsável por essa perda. Posso ter sido eu que falhei... pode ter sido essa pessoa que falhou... mas acima de tudo falhámos as duas enquanto pessoas que se amam pois senão se amassem jamais teriam correspondido nessa relação.
Gostava muito de saber o que é feito deles, onde estão, como estão, os projectos de vida que construíram e que partilhámos,... a minha felicidade passa também pela felicidade deles. Como se pode ter um Feliz Natal se não temos a certeza se ele o é para aqueles que nós mantemos no coração há anos?
Quero firmar aqui este compromisso de os tentar recuperar - os que for possível, pelo menos, para que o Natal do próximo ano seja mais Feliz para mim e, quero acreditar, para eles também.

terça-feira, dezembro 19

Recordações... de Natal



Algo que mantenho ainda presente são os sentires próprios desta época. Ao longo do tempo e à medida que vamos crescendo eles vão-se mutando mas fica sempre lá guardado, nesse cantinho da memória experiências que passámos de um tempo natalício.

Quando somos crianças levamos ao rubro esta aura de mistério de um tempo muito próprio... um tempo, em que tudo pode acontecer.
As sensações que guardamos são exactamente essas de um mistério realizado em nós... de um passado sonhado para um presente realizado e num futuro cheio de esperanças. Quando recordo a temperatura do frio, vencida pela ânsia de chegar ao cinema para ver o Sozinho em Casa 2, voo imediatamente para um conjunto de "sentires", de pessoas, de lugares, que caracterizam muito essa temperatura. Quando recordo o rádio leitor de cassetes que me deram há 15 ou 20 anos e que ainda hoje, traz a RFM ao meu quarto, transporto-me para esse Natal cheio de gente lá em casa, com tios e primos, em que excepcionalmente se abriram as prendas na noite de Natal... Sinto o cheiro a novo do plástico do rádio, da sensação que tive em mexer nos botões do volume, do tone,... e transporto-me para as tardes a passar músicas de umas cassetes para as outras recordando esses ritmos de outros que passavam agora também a ser os meus. Espreitar estes passos percorridos é ir ter à minha cidade Legoland onde o novo aeroporto (grande investimento da cidade) tinha já o seu lugar reservado no dia 24. Passar por estas memórias é aprender que não devemos esconder as prendas onde nós achamos que é um bom sítio. É que sabes, mãe, há sequências de raciocínio que são hereditárias, por isso, acho bastante lógico que tenhas escondido o walkman, ainda por cima sem embrulhar, na mala térmica...
Viajar por estes natais, é, também, viajar de presépio em presépio. De um lugar a outro, do tempo dos tijolos de cimento aos pequenos tijolos térmicos, da cortiça, das canas, daquela vez que eu fiz a cabana com pedras e rezei para que aquilo não caísse em cima das figuras senão era inscrição gratuita para um valente raspanete,... da série de lâmpadas em forma de vela de que eu sempre gostei e há-de funcionar um dia outra vez.
É na inocência e na simplicidade destas coisas de infância que hoje, mais uma vez, sou levado de novo ao presépio e a reviver de forma diferente esta presença habitual da infância de Jesus na minha vida. Nestas minhas histórias de Natal, encontro forças e alento para me sentar, na sala, e imaginar mais um presépio diferente... deixar aqui desta vez uma gruta... o rio descerá por aqui encontrando-se com o outro... e a cabana, talvez, este ano, de costas para a televisão... No fim, estarei certamente mais feliz... e vou procurar a minha prenda :)))

sexta-feira, dezembro 15

Recordações... [revisto]

Mais uma daquelas lembranças que me vêm à cabeça, assim, sem mais, nem porquês...

"Se esta rua fosse minha
Eu mandava-a ladrilhar
Com o brilho dos teus olhos
Só para o meu amor passar"


E deixo, agora, aqui, uma versão completa da Tuna do Instituto Politécnico de Tomar - TUNA TEMPLÁRIA .


Coração de Papelão
Paul Anka/Edgard Poças

Recortei a luz da lua
E colei num papelão
escrevi assim, sou tua
E te fiz um coração

Encontrei-te hoje na rua
Nem me deste atenção
Eu não sei qual é a tua
Coração de papelão

refrão:
E então chorei
E até pensei
Amor, assim p'ra quê?
Meu bem, não sei
Fingi que nem te olhei
Sempre quis, meu amor
Namorar com você

Se essa rua fosse minha
Eu mandava-a ladrilhar
Com o brilho dos teus olhos
Só p'ró meu amor passar

Póvoa - Estarreja

This is a trip that I do ocasionally last times. It has beautiful sights in the early morning and at the evening, specially in the summer. We can see all type of scenarios depending the day and the hour. If we pay attention to what surrounds us we can find some little details that are very beautifull... They really may give us a different attitude to go through over the day or just to evaluating it.
Habituei-me a fazer esta viagem algumas vezes, por necessidade. É, de facto, um passeio excelente se o quisermos ver desta forma. Seja cedo, numa manhã de Inverno, por entre a névoa matinal sentindo no ar a respiração sonolenta dos campos, dos ribeiros, das árvores, despertando mais tarde para uma vista da outra banda de cortar a respiração para um Porto iluminado pelo sol da manhã. Seja ao fim da tarde, assistindo ao frenesim do regresso a casa entre sacas de compras para a refeição, entre encontros e partilhas diárias e contemplando, no silêncio do pulsar cadente do comboio nos carris, mesmo sobre as dunas, um quente pôr do sol de Verão.
Talvez a rotina deste percurso nos deixe um pouco frios na apreciação que fazemos destas pequenas coisas. Mas é de todo, num olhar diferente que, em cada dia, podemos depor sobre elas que pode tornar diferente, mais deliciosa, mais refrescante, a forma como enfrentamos o dia. Ou mesmo, fazer da avaliação que reflectimos no seu findar um exercício tonificante e desintoxicador da teia trôpega que por vezes encontramos durante o dia. Tudo se transforma então numa visão mais livre, genuína, cristalina, de uma simplicidade bela e, consequentemente, mais objectiva e verdadeira...
Com subidas de taxas de juro, inflação crescente, poder de compra reduzido, desemprego,... e tantas outras coisas que nos transportam o pensamento para a conta bancária... todas estas maravilhas nos querem passar ao lado... gratuitamente, custando apenas o esforço, físico e mental de nos concentrarmos nelas e nos darmos um pouco à sua contemplação.
Há tesouros incalculáveis aos nossos olhos, prontos a serem conquistados que nunca o serão, nem no grafismo colorido de um cartão de crédito...

sábado, dezembro 9

Ausência

"Being silent for a long while, makes you have a lot to say… but makes you forget how to say it."
"Não dizer nada por um longo tempo, faz-nos ter muito que dizer... mas faz-nos esquecer de como dizê-lo."
[Nesreen]