terça-feira, dezembro 19

Recordações... de Natal



Algo que mantenho ainda presente são os sentires próprios desta época. Ao longo do tempo e à medida que vamos crescendo eles vão-se mutando mas fica sempre lá guardado, nesse cantinho da memória experiências que passámos de um tempo natalício.

Quando somos crianças levamos ao rubro esta aura de mistério de um tempo muito próprio... um tempo, em que tudo pode acontecer.
As sensações que guardamos são exactamente essas de um mistério realizado em nós... de um passado sonhado para um presente realizado e num futuro cheio de esperanças. Quando recordo a temperatura do frio, vencida pela ânsia de chegar ao cinema para ver o Sozinho em Casa 2, voo imediatamente para um conjunto de "sentires", de pessoas, de lugares, que caracterizam muito essa temperatura. Quando recordo o rádio leitor de cassetes que me deram há 15 ou 20 anos e que ainda hoje, traz a RFM ao meu quarto, transporto-me para esse Natal cheio de gente lá em casa, com tios e primos, em que excepcionalmente se abriram as prendas na noite de Natal... Sinto o cheiro a novo do plástico do rádio, da sensação que tive em mexer nos botões do volume, do tone,... e transporto-me para as tardes a passar músicas de umas cassetes para as outras recordando esses ritmos de outros que passavam agora também a ser os meus. Espreitar estes passos percorridos é ir ter à minha cidade Legoland onde o novo aeroporto (grande investimento da cidade) tinha já o seu lugar reservado no dia 24. Passar por estas memórias é aprender que não devemos esconder as prendas onde nós achamos que é um bom sítio. É que sabes, mãe, há sequências de raciocínio que são hereditárias, por isso, acho bastante lógico que tenhas escondido o walkman, ainda por cima sem embrulhar, na mala térmica...
Viajar por estes natais, é, também, viajar de presépio em presépio. De um lugar a outro, do tempo dos tijolos de cimento aos pequenos tijolos térmicos, da cortiça, das canas, daquela vez que eu fiz a cabana com pedras e rezei para que aquilo não caísse em cima das figuras senão era inscrição gratuita para um valente raspanete,... da série de lâmpadas em forma de vela de que eu sempre gostei e há-de funcionar um dia outra vez.
É na inocência e na simplicidade destas coisas de infância que hoje, mais uma vez, sou levado de novo ao presépio e a reviver de forma diferente esta presença habitual da infância de Jesus na minha vida. Nestas minhas histórias de Natal, encontro forças e alento para me sentar, na sala, e imaginar mais um presépio diferente... deixar aqui desta vez uma gruta... o rio descerá por aqui encontrando-se com o outro... e a cabana, talvez, este ano, de costas para a televisão... No fim, estarei certamente mais feliz... e vou procurar a minha prenda :)))

3 Comments:

Blogger Fátima F said...

:D

Eu nunca tive o hábito de procurar as prendas...acho que gostava da sensação de surpresa total no momento devido.
Só sei que as manhãs do dia 25, que começavam no momento em q acordava fossem q horas fossem (normalmente cedo ;), eram os momentos mais mágicos e felizes da vida. No meio da incerteza, da ansiedade, no meio do escuro , lá estavam as prendas iluminadas pelo reflexo das luzes do pinheiro. Era sempre alguma coisa inesperada e que me deixava imensamente feliz. Um skate, um órgão, um boneco a guiar um carro que ao tocar em alguma coisa fazia marcha-atrás, e que eu queria tanto preservar que ainda hoje se mantém dentro da caixa como se fosse novo; uma caixa de chocolates After Eight q eu adorei e q adquiriram assim também um significado especiail...
Enfim, momentos mágicos que não voltam mais, mas que foram muito sentidos e ficaram muito gravados.Serão sempre sinónimo de alegria. :)

Ah, engenhocas na preparação do presépio...que maravilha :)

20 dezembro, 2006 15:01  
Anonymous Anónimo said...

Olá bom dia.
Venho passando por aqui para desejar um rico Natal e um Prospero Ano Novo,
Com muitas bênçãos do nosso Sr. Jesus Cristo.

Desde já me despeço de ti, e desejo muitas felicidades.

Caro Irmão será que me pode adicionar no seu blog o meu link para que o meu blog possa cada vez ser mais visto.
Será que posso link o querido Irmão no meu.

Felizes Natal
E
Bom Ano 2007.

22 dezembro, 2006 10:35  
Blogger Unknown said...

Eu acho que treinei a minha paciência nesta altura. Acordava sempre cedo mas deixava-me ficar na cama para não dar muito nas vistas de que queria ir abrir aquilo tudo... depois, o pequeno almoço era tomado tranquilamente para não dar sinais de ansiedade... depois ia dar mais uma volta... até ser compeltamente irresistível o chamamento daquelas cores. Com o passar do tempo a hora da abertura foi atrasando, atrasando, atrasando para ter a família toda reunida... se eu hoje fosse pequeno bem que deseperava... :)

Pedro:
Eu agradeço e retribuo esse desejo de igual forma, com toda a força da vida deste Menino que nasceu e que vai crescer e fazer-nos crescer um pouco mais ao longo do próximo ano.

28 dezembro, 2006 19:31  

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