Berros de Esperança
Nem sempre isto é possível... na verdade, são muito poucas das vezes que temos essa oportunidade e não menos provável, de a termos quando menos precisamos (não é que não devamos dar uns valentes berros na mesma), e o que procuramos é recalcar essa energia toda dentro de nós, diluindo a sua força à custa de algum (muito) sofrimento. Mais tarde ou mais cedo esse acumulado de energias negativas que se reprimiu acabará por se manifestar de outra forma não menos simpática do que a inocente vontade de berrar bem forte.
O que resulta deste processo é a capacidade, ou não, maior ou menor, de nos deixarmos invadir por uma força grande de confiança em nós mesmos e nas nossas capacidades e a esperança no caminho que se renova e nas acções que frutificam nele.
A prova evidente desta necessidade de libertação é a dificuldade que sente depois em entender claramente a esperança deste caminho, a confiança nestes frutos... Até que ponto serão eles os frutos que se esperam colher, até que ponto este caminho foi traçado para nós ou para qualquer um outro...
Não são berros de desespero que se dão, de raiva, de dor... são verdadeiramente berros de esperança, que renovam em nós a sede de acreditarmos em nós próprios e nos nossos passos.